sábado, 13 de fevereiro de 2010

OS DISCOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO ROCK LANÇADOS NO BRASIL NOS ANOS 80 - PARTE 3

LOBÃO

29 - O ROCK ERROU – 1986


O músico, cantor e compositor Lobão foi um dos artistas mais completos na leva anos 80, iniciou sua carreira como baterista da banda Blitz e antes do lançamento do primeiro disco da Blitz caiu fora pra investir em sua carreira solo ainda em 1982 com o disco “Cena de Cinema”, quase todo gravado por ele mesmo.

O grande passo do Lobão foi mesmo dado em 1986 com o lançamento de seu terceiro disco “O Rock Errou”, ele já vinha fazendo sucesso com outras músicas como “Me Chama”, “Decadence Avec Elegance” e “Corações Psicodélicos”, mas foi com esse disco que ele alcançou o grande público com músicas como “O Rock Errou”, “Revanche”, “Noite e Dia” e “Canos Silenciosos”.

30 - VIDA BANDIDA – 1987


Depois de passar um tempo “guardado” por porte de drogas, Lobão voltou com tudo em 1987. Foi durante sua estadia forçada atrás das grades de um presídio na cidade do Rio de Janeiro que ele compôs alguns dos seus grandes sucessos naquele ano como “Vida Bandida”, “Vida louca vida”, “Rádio Blá” o hino do corno moderno e a balada “Chorando no Campo”.

31 - SOB O SOL DE PARADOR – 1989


Este é o terceiro e último disco do Lobão citado nesta lista, eu o coloquei por causa de duas faixas que considero as melhores dele que são “Panamérica (Sob o Sol de Parador)” e “Essa noite não”, ambas apresentam um excelente arranjo de violão e guitarra que poucas vezes depois pude contemplar em uma música nacional.

METRÔ

32 - OLHAR – 1984


O conjunto Metrô assim como o Kid Abelha tinha uma vocalista bonitinha, Virginie, e fez grande sucesso com o primeiro disco lançado em 1984 tudo por causa de uma música grudenta chamada “Beat Acerelado”, depois vieram “Tudo pode mudar”, “Johnny Love” e “Ti ti ti” o grupo perdeu a vocalista Virginie após esse primeiro lançamento e até tentou continuar sozinho, mas você já imaginou como seria o Kid Abelha sem a Paula Toller.

NENHUM DE NÓS

33 - CARDUME – 1989


Os gaúchos do Nenhum de Nós foram talvez a banda mais criticada que surgiu nos anos 80, tudo por causa de uma versão de uma música do cantor David Bowie “Starman”, que virou “Astronauta de Mármore” e cuja letra em português fugiu completamente da letra original, mas essa critica acompanhou injustamente durante muito tempo a banda pois a maioria da pessoas não conhece David Bowie hoje, quanto mais nos anos 80 e ainda mais uma música gravada em meados dos anos 70. Mas tirando esse episódio o Nenhum de Nós fez sucesso com a emblemática música “Camila, Camila” que uns dizem ser sobre um travesti e outros sobre uma garota que está presa e é violentada toda vez que seu opressor entra no cativeiro.

PARALAMAS DO SUCESSO

34 - O PASSO DO LUI – 1984


Após o sucesso da música “Vital e sua moto” do primeiro disco em 1983 os Paralamas não satisfeitos com o sucesso alcançado resolveram dar mais uma chance para a música, mas caso não alcançassem o sucesso almejado voltariam a suas vidas de universitários na UFRJ e dariam fim a sua aventura musical iniciada nas festas da faculdade.

O disco “O Passo do Lui”, referência ao amigo Lui de Brasília cidade da qual eram oriundos os integrantes Herbert Vianna (voz e guitarra) e Bi Ribeiro (baixista), foi lançado em 1984 e durante todo esse ano só deu Paralamas nas rádios de todo o Brasil, mandando pro espaço a formatura dos membros da banda. “Óculos” a primeira música de trabalho foi um grande sucesso do grupo com seu som de bateria marcante, saídos das baquetas do outro integrante o carioca João Barone, que tinha como ídolo o baterista da banda inglesa The Police, Stewart Copeland. Depois vieram “Meu Erro”, ”Fui Eu”, “Romance Ideal”, “Ska”, “Mensagem de Amor” e “Me liga”. É a graduação agora seria baseada em notas e frases musicas e não mais em axiomas, teoremas e demonstrações algébricas.

35 - SELVAGEM – 1986


Um dos discos mais importantes dos anos 80 “Selvagem” marca a fusão do rock com ritmos brasileiros e latinos, foi o início da procura de uma identidade musical dentro do rock brasileiro. Anos depois veríamos o rock misturado com Maracatu (Chico Science e Nação Zumbi), Forró (Raimundos), Brega (Mamonas Assassinas) e outras fusões. Mas foram os Paralamas quem fizeram escola para que outros músicos não se envergonhassem em casar o rock com outros estilos.

O disco traz na capa a foto de uma criança, irmão do baixista Bi Ribeiro, que passa a imagem de ser um “homem primata” com seu arco e flechas. Além das composições do vocalista Herbert Vianna o disco é marcado pelo baixo sempre bem colocado nas músicas e principalmente a bateria de João Barone que dá aquele toque “caliente” ao rock feito pelo grupo nesse disco. Os grandes destaques são as músicas “Alagados”, “A Novidade” parceria com Gilberto Gil, “Selvagem” a faixa título e a divertida “Melô do Marinheiro” que foi a alegria de muitas crianças da época como o meu amigo Plebeu.

PLEBE RUDE

36 - O CONCRETO JÁ RACHOU – 1985


Formada pelos então adolescentes Philippe (voz e guitarra), Jander Bilaphra (voz e guitarra), André X (baixo) e Gutje (Bateria), a Plebe foi mais uma banda de Brasília lançada nos anos 80. Começaram sua carreira musical com um Mini-LP em 1985 com apenas 7 músicas que foi batizado de “O concreto já rachou”, o Mini-LP foi uma invenção da gravadora EMI-Odeon para lançar novos artistas a um custo baixo e também era visto como uma maneira de “testar” esses novos artistas se desse certo eles gravavam um disco inteiro, senão “tchau e benção”.

As dúvidas da gravadora EMI quanto à aceitação da Plebe Rude pelo público foram tiradas rapidinho, o Mini-LP em pouco tempo passou a ser um dos mais vendidos e essa feliz constatação acabou por também jogar por terra os planos da gravadora em lançar discos com baixo orçamento e a preços modestos para o público. Os lojistas aproveitando da alta demanda do público por esse tipo de disco passaram a vendê-los a preços de álbuns inteiros.

As 7 faixas desse disco são “Até quando esperar”, ”Proteção”, ”Johnny”, ”Minha Renda”, ”Sexo e karatê”, ”Seu Jogo” e ”Brasília”, todas tocaram nas rádios.

37 - NUNCA FOMOS TÃO BRASILEIROS – 1987


O primeiro disco inteiro da Plebe Rude foi lançado em 1987, ele também é considerado por muito como o segundo disco devido ao sucesso do Mini-LP “O Concreto já Rachou”, e assim como o álbum anterior foi produzido pelo Paralama Herbert Vianna. O que diferencia esse trabalho do antecessor é o fato do disco soar pretensioso demais, mas tem boas faixas como “A Ida” que é a melhor do disco, “Censura” e “Bravo mundo novo”.

RPM

38 - RÁDIO PIRATA AO VIVO – 1986


O RPM foi o maior fenômeno do rock brasileiro com mais de 2 milhões de cópias vendidas de apenas um disco. Em 1985 o RPM lançou seu primeiro disco, mas chamava mais atenção por suas apresentações ao vivo.

Foi em 1986 com produção artística do ex- Seco e Molhado Ney Matogrosso que montaram o show Rádio Pirata que foi gravado e lançado. Com exceção das inéditas “Alvorada Voraz” e “Naja” (instrumental) e da regravação “Flores Astrais” dos Secos e Molhados e “London, London” de Caetano Veloso, o resto do disco é basicamente composto com músicas de 1985 como “Rádio Pirata”, “Olhar 43” e outras. O sucesso desse disco explodiu a RPMmania e a banda terminou pouco tempo após o lançamento do disco seguinte “Quatro Coiotes” em 1988. O público não parecia aberto a novidades e o RPM se viu encurralado durante anos tendo de tocar apenas o repertório desse disco ao vivo.

TITÃS

39 - CABEÇA DINOSSAURO – 1986


A formação inicial dos Titãs era constituída por 9 integrantes, essa “multidão” foi reduzida para 8 no segundo disco “Televisão” de 1985, mesmo assim eram muitas pessoas para uma banda de rock que convencionalmente não passava de 5 integrantes. O maior desafio do grupo deve ter sido organizar as idéias e dar espaço para que todos pudessem contribuir no grupo. O conceito de “Brain Storm” deve ter sido de muita serventia para a comunicação nesse grupo, que tinha na formação 7 compositores e 5 vocalistas.

O álbum Cabeça Dinossauro é um marco na carreira da banda por ter sido o disco que definiu o som do grupo. Até então eles eram apenas mais uma daquelas bandas engraçadinhas que sobreviviam com apresentações fanfarronas em programas de auditório como Chacrinha e Bolinha.

O Cabeça Dinossauro foi o primeiro disco agressivo do rock nacional, com músicas como “Polícia”, do titã Tony Bellotto que teve como inspiração a prisão do companheiro de banda Arnaldo Antunes por posse de drogas poucos meses antes da produção do disco, “Bichos Escrotos”, “Porrada”, “Estado Violência”, “Igreja”, mas também havia espaço pra músicas bem humoradas como “Homem Primata”, “AA UU” e “Família”.

40 - JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS – 1987


O álbum que sucede “O Cabeça Dinossauro” segue a mesma fórmula nas composições, mas não desagradou aos fãs com músicas como “Comida”, “Diversão”, “Lugar Nenhum”, “Desordem” e “Corações e Mentes” o grupo se consolidou como um dos mais criativos da época.

41 - Õ BLÉSQ BLOM – 1989


O álbum de 1989 fecha a trilogia iniciada em 1986, o “jeitão” titãs de compor está aqui, mas apresenta um diferencial, assim como o disco “Selvagem” dos Paralamas do Sucesso, esse apresenta uma mistura com fraseados entoados pelos pernambucanos Mauro e Quitéria na introdução e vinheta final do disco e alguns elementos eletrônicos. Os maiores destaques são as músicas “Miséria”, “Flores”, “Deus e o Diabo”, “O pulso” e “32 Dentes”.

ULTRAJE A RIGOR

42 - NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA – 1985


A banda mais engraçada e inteligente dos anos 80 foi o Ultraje a Rigor, houve dezenas de bandas nessa pegada engraçadinha, Dr. Silvana & Cia (“Serão Extra”, Absyntho (“Ursinho Blau Blau”), Inimigos do Rei (“Adelaide”), mas a que tinha as melhores sacadas era mesmo o Ultraje.

A primeira vez que eu peguei nas mãos esse primeiro disco eu achei que fosse uma coletânea, pois, todas as músicas são famosas e legais fora é lógica a “Independente Futebol Clube”, pois eu sou corintiano. “Inútil” a crítica que nenhuma banda séria conseguiu fazer até hoje, temas como masturbação (“Eu me amo”) era cantado sem que as pessoas percebessem, eu mesmo durante muito tempo achei que fosse sobre narcisismo, como eu era ingênuo. “Rebelde sem causa”, “Ciúme”, “Nós vamos invadir sua praia”, “Mim quer tocar” e sem se esquecer da galinha que botava ovo pelo *%, “Marylou”.

43 - SEXO – 1987


O segundo disco do Ultraje saiu dois anos após o “Nós vamos invadir sua praia”, de tão grande que foi o sucesso desse disco. A piada ainda era engraçada e “Eu gosto de mulher”, “A Festa”, “Sexo” e “Pelado” também divertiram muita gente.

UNS E OUTROS

44 - UNS E OUTROS – 1989


O Uns e Outros estourou nas rádios em 1989 com o disco homônimo, que trazia a música “Carta aos Missionários”, essa música tinha um rife de guitarra marcante, uma outra música que chegou a tocar também foi “Dias Vermelhos”.

ZERO

45 - PASSOS NO ESCURO – 1985

O Zero foi uma banda que tinha uma proposta de música romântica, liderada pelo vocalista Guilherme Isnard a banda também começou lançando um Mini-LP em 1985 e estourou nas rádios a música “Agora eu sei” um dueto com o vocalista do RPM Paulo Ricardo, era um dueto preguiçoso com o cantor Paulo Ricardo repetindo no fundo o que Guilherme cantava. Mas esse Mini-LP com 6 músicas tinhas outras faixas legais como “Cada fio um sonho”, “Quero te contar” e “Formosa”. No ano seguinte o Zero lançou um disco inteiro com músicas inéditas, mas assim como a Plebe Rude não alcançou o mesmo sucesso do lançamento em Mini-LP, vai entender.

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