sábado, 13 de fevereiro de 2010

OS DISCOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO ROCK LANÇADOS NO BRASIL NOS ANOS 80 - PARTE 2

ENGENHEIROS DO HAWAII

15 - A REVOLTA DOS DÂNDIS – 1987
Após iniciar a carreira em 1985 com o disco “Longe Demais das Capitais” e sofrer uma alteração na banda com a saída do baixista Marcelo Pitz. O engenheiros do Hawaii se solidificou no cenário do rock nacional com a formação Humberto Gessinger (voz e baixo), Augusto Licks (guitarra) e Carlos Maltz (bateria) após o lançamento do terceiro disco A Revolta dos Dândis, que trouxe sucessos como “A Revolta dos Dandis I e II”, “Refrão de bolero”, “Terra de gigantes” e “Infinita Highway”, a mais tocada das músicas dos engenheiros.


16 - O PAPA É POP – 1990

Este é o quinto disco dos Engenheiros do Hawaii e quarto de estúdio, foi o de maior êxito comercial na carreira da banda e teve sucessos estrondosos como a regravação de “Era um garoto e como eu amava os Beatles e os Rolling Stones” e as inéditas “ O Papa é pop”, “Exército de um homem só” e “Pra ser sincero”.





17 - FILMES DE GUERRA, CANÇÕES DE AMOR – 1993 O oitavo disco dos Engenheiros é também o segundo ao vivo. A tática da banda era ou continua sendo a cada 3 discos de estúdio lançar um disco ao vivo, isso foi feito pela primeira vez após “A Revolta dos Dândis” com o disco “Alívio Imediato Ao vivo” de 1989 que trazia a inédita faixa título. Neste segundo ao vivo há a novidade de ser num formato completamente novo, o formato acústico. Gravado entre os dia 05-07 de Julho de 1993 nos estúdios da gravadora BMG-Rio. Este disco acústico é bem melhor do que o lançado nos anos 2000 em associação com a rede de televisão MTV.

FINIS AFRICAE

18 - FINIS AFRICAE - 1987
Finalmente cheguei a um dos discos que me levaram a escrever esta lista, o Finis Africae. Esta banda é bem diferente do Capital Inicial que como eu já comentei, o Finis Africae é lógico que se aproveitou um pouco da atenção dada as bandas de Brasília, mas diferente da banda liderada por Dinho Ouro-Preto está tinha uma veia poética muito mais refinada. A música deles mais lembrada é “Armadilha” e a faixa mais desconexa do disco, talvez por isso a estranheza do público ao ouvir o restante do álbum. Mas se você for ouvir esse disco procure ignorar por algum tempo esta música e ouça as demais que possuem um nexo entre si, “Deus ateu”, “Vícios”, “Máquinas” e etc. Infelizmente o Finis Africae morreu na praia com seu primeiro disco, pois a gravadora não se interessou em continuar com eles após as baixas vendas desse único trabalho, mas pra quem se interessar a banda existe até hoje e é possível vê-la em atividade em bares de São Paulo.

GOLPE DE ESTADO

19 - NEM POLÍCIA, NEM BANDIDO – 1989
O Golpe de Estado foi a banda mais metaleira surgida no final dos anos 80, e o melhor de tudo sabiam compor em português diferente daquelas bandas que surgiram depois tocando metal com letras compostas com um dicionário de inglês/português. Esse disco tem duas músicas muito conhecidas e que tocam até hoje em rádios especializadas no bom e velho rock nacional que são a faixa título e “Paixão”.

KID ABELHA E OS ABÓBORAS SELVAGENS

20 - SEU ESPIÃO – 1984
Não sei se a banda foi batizada pelo Herbert Vianna, mas pela estranheza do nome parece, o Kid Abelha teve uma grande exposição nessa fase inicial da banda devido a beleza da vocalista Paula Toller, que continua muito boa, e as músicas bobinhas que falavam sobre desilusões amorosas. Esse primeiro trabalho tem algumas das músicas mais tocadas daquele ano, “Fixação” que fixou literalmente nas paradas, “Como eu quero” e “Pintura Íntima”.


21 - EDUCAÇÃO SENTIMENTAL – 1985
Esse segundo disco marca o fim da fase “Kid Abelha e os Abóboras Selvagens”, pois, do terceiro disco em diante o nome da banda ficou sendo apenas Kid Abelha, e também marca o fim da parceria Leoni/Paula Toller. Leoni, baixista e principal compositor, saiu da banda após uma briga que envolvia sua ex-namorada Paula Toller com o vocalista do Paralamas Herbert Vianna. As músicas famosas deste disco foram, “Educação Sentimental II”, “Fórmula do Amor”, “Lágrimas e Chuva”,“Garotos” e “Os Outros”.
Depois desses dois primeiros discos o Kid Abelha continuou aparecendo com uma certa freqüência nas paradas, mas sem o apelo e a constância desses primeiros anos de formação.


HERÓIS DA RESISTÊNCIA

22 - HERÓIS DA RESISTÊNCIA - 1986
O Heróis da Resistência foi formato pelo ex-Kid Abelha Leoni (voz e baixo), Jorge Shy (guitarra), Lulu Martin (teclados) e Alfredo Dias Gomes (bateria). Nesse primeiro trabalho pós-Kid Abelha Leoni mostrou que sem ele seu antigo grupo tinha muito á perder, cheio de novas composições e um som com uma pegada mais groove teve sucessos como “Nosferatu”, “Double de Corpo” e “Só pro meu prazer”, está última ganhou diversas regravações, mas nenhuma á altura da versão original.
O Heróis da Resistência teve outros sucessos nos dois discos seguintes antes de dar por encerrada suas atividades, mas sucessos não tão relevantes quanto os que teve nesse primeiro.

IRA!

23 - MUDANÇA DE COMPORTAMENTO – 1985
Em 1985 o Ira! gravou seu primeiro disco, com nítidas influências da cultura Mod surgida nos anos 60 na Inglaterra, a música “Ninguém entende um Mod” mostra isso. O Ira! tinha na sua formação o experiente guitarrista Edgar Scandurra, o melhor músico da geração 80, Nasi (vocal), André Jung (bateria) e Ricardo Gaspa (baixo). Com as composições de Scandurra como “Longe de tudo”, “Tolices” e “Núcleo Base” a banda se firmava como uma das melhores surgidas na época. Só faltava esperar o segundo disco pra confirmar isso.

24 - VIVENDO E NÃO APRENDENDO – 1986
O ano de 1986 chegou e o segundo disco do Ira! saiu tão bom como o primeiro e com músicas muito bem produzidas como “Flores em você” que parecia mais ter sido produzida nos estúdios da Apple dos anos 60, a banda se mostrou sem sombra de dúvida ser uma das mais competentes no rock nacional, “Envelheço na cidade”, “Dias de luta” são clássicos desse disco. Mas há polêmicas também como a música “Pobre Paulista” gravada ao vivo, está música até hoje é vista por muitos como uma música fascista, que retrata a condição dos nordestinos e nortistas como responsáveis pelo empobrecimento cultural e financeiro da cidade de São Paulo, mas atenção essa interpretação não bate com a versão do compositor Edgar Scandurra que já deu entrevistas dizendo que não era nada disso que ele quis dizer na época que criou a música.

LEGIÃO URBANA

25 - LEGIÃO URBANA – 1985
Falar de Legião Urbana gera um pouco de constrangimento, pois parece que tudo que havia pra ser dito, já foi dito sobre ela. A Legião é uma das poucas bandas nacionais que chegam bem próximo de uma unanimidade de preferência, goste ou não de rock sempre há ao menos uma música que alguém curte.
A Legião Urbana não era a melhor banda dos anos 80, pelo menos não tecnicamente falando, mas ela tinha um grande diferencial em relações às demais, Renato Russo. Só isso já bastava!
Depois de um empurrãozinho dos Paralamas do Sucesso Renato Russo e a Legião assinaram com a gravadora EMI-Odeon e por pouco não perderam o contrato devido aos gênios incompatíveis do líder Renato com os produtores que atrasou a gravação do disco. Contornada essa confusão saiu em 1985 o primeiro disco da Legião Urbana que vinha recheado de grandes composições como “Será”, “Ainda é Cedo”, “Por Enquanto”, “A Dança”, “O Reggae” e quase o disco inteiro.

26 - DOIS – 1986
“Você se prepara a vida inteira pro primeiro disco, o difícil é o segundo” (Renato Russo, 1993).
A Legião vivia com esse dilema quando entrou em estúdio para gravar o novo disco em 1986, poucas letras haviam sido escritas e pouco havia sido tocado para um material inédito. Mas a genialidade de Renato Russo era o que movia a banda e em pouco tempo foi composto o material para o segundo disco, que trazia uma faixa da época em que Russo tocava sozinho com o pseudônimo de “O Trovador Solitário” chamada “Eduardo e Mônica” grande sucesso do disco junto com outras músicas poética “Índios”, “Tempo Perdido” e “Quase sem querer”. A Legião conseguiu com esse disco vender na época quase 1 milhão de cópias e tornar-se uma das mais bem sucedidas da sua geração.

27 - QUE PAÍS É ESSE (1978-1987) -1987
Na época de gravação do disco “Dois” a Legião havia escolhido esse nome não somente pelo fato de ser o segundo disco, mas porque queriam lançar um disco duplo. O disco duplo seria divido em um disco de inédita e outro com músicas conhecidas nos shows por grande parte do público, mas que não haviam sido gravadas até então.
As músicas desse disco datam do período de 1978-1987, como indica o subtítulo, desde a época do grupo Aborto Elétrico (“Que país é esse”, “Conexão Amazônica”, “Tédio - Com um T..” e “Química”) passando pela fase Trovador Solitário (“Eu sei” e ”Faroeste Caboclo”) e chegando a atual fase Legião Urbana (que trazia as inéditas “Angra dos Reis”, “Depois do começo” e “Mais do mesmo”).

28 - AS QUATRO ESTAÇÕES – 1989
Se a legião já era respeitada com os três discos anteriores, após As quatro estações virou objeto de culto e o Renato Russo uma espécie de Guru. Acho esse o disco mais eclético lançado por uma banda de rock, ele agrada à “gregos e troianos”, e você não precisa necessariamente gostar de rock pra ouvi-lo ou tentar adivinhar o estilo musical de uma pessoa que queira presentear com esse disco para saber se ela vai gostar ou não, precisa apenas conferir se ela já não tem.
Todas as músicas aqui tocaram bastante, mas posso destacar “Há tempos”, “Eu era um lobisomen juvenil” e “Pais e filhos” que provavelmente deve ser tão tocada no violão quanto “Staiway to Heaven” do Led Zepellin.
Eu poderia citar nessa lista todos os discos da Legião fácil, fácil. Mas a graça nessa lista é tentar filtrar o essencial das bandas surgidas nos anos 80, e acredito que para muitos amantes da música brasileira a Legião Urbana deve constar como discografia básica.

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