segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Vamos celebrar a estupidez humana?

Aquecimento para a Copa do Mundo no Brasil em 2014:




Tsc...

( créditos ao: Laboratório de Desenhos)

Por Vetusto
adj. Deteriorado pelo tempo; antigo, velho.
Respeitável pela idade.
Pej. Ultrapassado, superado, obsoleto: teorias vetustas.

Nós, propaganda...



Eu, etiqueta

Em minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

Um nome... estranho

Meu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

De alguma coisa não provada

Por este provador de longa idade.



Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

Minha gravata e cinto e escova e pente,

Meu copo, minha xícara,

Minha toalha de banho e sabonete,

Meu isso, meu aquilo.

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

São mensagens,

Letras falantes,

Gritos visuais,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

Costume, hábito, premência,

Indispensabilidade,

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

Trocá-lo por mil, açambarcando

Todas as marcas registradas,

Todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

Eu que antes era e me sabia

Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário

Com outros seres diversos e conscientes

De sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio

Ora vulgar ora bizarro.

Em língua nacional ou em qualquer língua

(Qualquer, principalmente.)

E nisto me comprazo, tiro glória

De minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

Para anunciar, para vender

Em bares festas praias pérgulas piscinas,

E bem à vista exibo esta etiqueta

Global no corpo que desiste

De ser veste e sandália de uma essência

Tão viva, independente,

Que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

E cada gesto, cada olhar,

Cada vinco da roupa

Sou gravado de forma universal,

Saio da estamparia, não de casa,

Da vitrine me tiram, recolocam,

Objeto pulsante mas objeto

Que se oferece como signo de outros

Objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

De ser não eu, mar artigo industrial,

Peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a Coisa, coisamente.

(Carlos Drummond de Andrade, em: O Corpo, Ed. Record, 1984).

Abaixo, ouça a declamaçao de Paulo Autran:



por Vetusto.
adj. Deteriorado pelo tempo; antigo, velho.
Respeitável pela idade.
Pej. Ultrapassado, superado, obsoleto: teorias vetustas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Rosto sem nome, corpo sem alma



Olho por olho
Dente por dente
Constantemente
Têm sido assim
Enfim, é a tal lei da selva
Conflitos, atritos
Tanto quanto o orvalho que de manhã cobre a relva
Quero crer
Que nem todo mundo é mau
Quero crer
O baú de valores não se tornou algo banal
É difícil
Se durmo em frente a um edifício
Me acordam com gritos, xingos, chutes
Porteiros, policiais, rivais
Ou carecas fazendo apologia
De uma ideologia
Lá da terra do chucrute
Ignorado, desprezado ao dia
Preocupado, assustado
Noites, madrugadas adentro
Um terço nas mãos, o meu alento
Álcool e crack me preenchem com dormência
Efeito dominó
Lá se vai a resistência, gana por sobrevivência
Inerte, entregue à própria sorte
Aturdido, orgulho ferido
Esperando alívio nos braços da morte
Queria crer
Que nem todo mundo é mau
Queria crer
Que estava enganado
Choro, pois felicidade não conheci aqui
Sorrio, esperançoso que ela esteja do outro lado


Autor: Plebeu
Ouvindo: Contato com o Mundo Racional - Tim Maia

sábado, 13 de fevereiro de 2010

OS DISCOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO ROCK LANÇADOS NO BRASIL NOS ANOS 80 - PARTE 3

LOBÃO

29 - O ROCK ERROU – 1986


O músico, cantor e compositor Lobão foi um dos artistas mais completos na leva anos 80, iniciou sua carreira como baterista da banda Blitz e antes do lançamento do primeiro disco da Blitz caiu fora pra investir em sua carreira solo ainda em 1982 com o disco “Cena de Cinema”, quase todo gravado por ele mesmo.

O grande passo do Lobão foi mesmo dado em 1986 com o lançamento de seu terceiro disco “O Rock Errou”, ele já vinha fazendo sucesso com outras músicas como “Me Chama”, “Decadence Avec Elegance” e “Corações Psicodélicos”, mas foi com esse disco que ele alcançou o grande público com músicas como “O Rock Errou”, “Revanche”, “Noite e Dia” e “Canos Silenciosos”.

30 - VIDA BANDIDA – 1987


Depois de passar um tempo “guardado” por porte de drogas, Lobão voltou com tudo em 1987. Foi durante sua estadia forçada atrás das grades de um presídio na cidade do Rio de Janeiro que ele compôs alguns dos seus grandes sucessos naquele ano como “Vida Bandida”, “Vida louca vida”, “Rádio Blá” o hino do corno moderno e a balada “Chorando no Campo”.

31 - SOB O SOL DE PARADOR – 1989


Este é o terceiro e último disco do Lobão citado nesta lista, eu o coloquei por causa de duas faixas que considero as melhores dele que são “Panamérica (Sob o Sol de Parador)” e “Essa noite não”, ambas apresentam um excelente arranjo de violão e guitarra que poucas vezes depois pude contemplar em uma música nacional.

METRÔ

32 - OLHAR – 1984


O conjunto Metrô assim como o Kid Abelha tinha uma vocalista bonitinha, Virginie, e fez grande sucesso com o primeiro disco lançado em 1984 tudo por causa de uma música grudenta chamada “Beat Acerelado”, depois vieram “Tudo pode mudar”, “Johnny Love” e “Ti ti ti” o grupo perdeu a vocalista Virginie após esse primeiro lançamento e até tentou continuar sozinho, mas você já imaginou como seria o Kid Abelha sem a Paula Toller.

NENHUM DE NÓS

33 - CARDUME – 1989


Os gaúchos do Nenhum de Nós foram talvez a banda mais criticada que surgiu nos anos 80, tudo por causa de uma versão de uma música do cantor David Bowie “Starman”, que virou “Astronauta de Mármore” e cuja letra em português fugiu completamente da letra original, mas essa critica acompanhou injustamente durante muito tempo a banda pois a maioria da pessoas não conhece David Bowie hoje, quanto mais nos anos 80 e ainda mais uma música gravada em meados dos anos 70. Mas tirando esse episódio o Nenhum de Nós fez sucesso com a emblemática música “Camila, Camila” que uns dizem ser sobre um travesti e outros sobre uma garota que está presa e é violentada toda vez que seu opressor entra no cativeiro.

PARALAMAS DO SUCESSO

34 - O PASSO DO LUI – 1984


Após o sucesso da música “Vital e sua moto” do primeiro disco em 1983 os Paralamas não satisfeitos com o sucesso alcançado resolveram dar mais uma chance para a música, mas caso não alcançassem o sucesso almejado voltariam a suas vidas de universitários na UFRJ e dariam fim a sua aventura musical iniciada nas festas da faculdade.

O disco “O Passo do Lui”, referência ao amigo Lui de Brasília cidade da qual eram oriundos os integrantes Herbert Vianna (voz e guitarra) e Bi Ribeiro (baixista), foi lançado em 1984 e durante todo esse ano só deu Paralamas nas rádios de todo o Brasil, mandando pro espaço a formatura dos membros da banda. “Óculos” a primeira música de trabalho foi um grande sucesso do grupo com seu som de bateria marcante, saídos das baquetas do outro integrante o carioca João Barone, que tinha como ídolo o baterista da banda inglesa The Police, Stewart Copeland. Depois vieram “Meu Erro”, ”Fui Eu”, “Romance Ideal”, “Ska”, “Mensagem de Amor” e “Me liga”. É a graduação agora seria baseada em notas e frases musicas e não mais em axiomas, teoremas e demonstrações algébricas.

35 - SELVAGEM – 1986


Um dos discos mais importantes dos anos 80 “Selvagem” marca a fusão do rock com ritmos brasileiros e latinos, foi o início da procura de uma identidade musical dentro do rock brasileiro. Anos depois veríamos o rock misturado com Maracatu (Chico Science e Nação Zumbi), Forró (Raimundos), Brega (Mamonas Assassinas) e outras fusões. Mas foram os Paralamas quem fizeram escola para que outros músicos não se envergonhassem em casar o rock com outros estilos.

O disco traz na capa a foto de uma criança, irmão do baixista Bi Ribeiro, que passa a imagem de ser um “homem primata” com seu arco e flechas. Além das composições do vocalista Herbert Vianna o disco é marcado pelo baixo sempre bem colocado nas músicas e principalmente a bateria de João Barone que dá aquele toque “caliente” ao rock feito pelo grupo nesse disco. Os grandes destaques são as músicas “Alagados”, “A Novidade” parceria com Gilberto Gil, “Selvagem” a faixa título e a divertida “Melô do Marinheiro” que foi a alegria de muitas crianças da época como o meu amigo Plebeu.

PLEBE RUDE

36 - O CONCRETO JÁ RACHOU – 1985


Formada pelos então adolescentes Philippe (voz e guitarra), Jander Bilaphra (voz e guitarra), André X (baixo) e Gutje (Bateria), a Plebe foi mais uma banda de Brasília lançada nos anos 80. Começaram sua carreira musical com um Mini-LP em 1985 com apenas 7 músicas que foi batizado de “O concreto já rachou”, o Mini-LP foi uma invenção da gravadora EMI-Odeon para lançar novos artistas a um custo baixo e também era visto como uma maneira de “testar” esses novos artistas se desse certo eles gravavam um disco inteiro, senão “tchau e benção”.

As dúvidas da gravadora EMI quanto à aceitação da Plebe Rude pelo público foram tiradas rapidinho, o Mini-LP em pouco tempo passou a ser um dos mais vendidos e essa feliz constatação acabou por também jogar por terra os planos da gravadora em lançar discos com baixo orçamento e a preços modestos para o público. Os lojistas aproveitando da alta demanda do público por esse tipo de disco passaram a vendê-los a preços de álbuns inteiros.

As 7 faixas desse disco são “Até quando esperar”, ”Proteção”, ”Johnny”, ”Minha Renda”, ”Sexo e karatê”, ”Seu Jogo” e ”Brasília”, todas tocaram nas rádios.

37 - NUNCA FOMOS TÃO BRASILEIROS – 1987


O primeiro disco inteiro da Plebe Rude foi lançado em 1987, ele também é considerado por muito como o segundo disco devido ao sucesso do Mini-LP “O Concreto já Rachou”, e assim como o álbum anterior foi produzido pelo Paralama Herbert Vianna. O que diferencia esse trabalho do antecessor é o fato do disco soar pretensioso demais, mas tem boas faixas como “A Ida” que é a melhor do disco, “Censura” e “Bravo mundo novo”.

RPM

38 - RÁDIO PIRATA AO VIVO – 1986


O RPM foi o maior fenômeno do rock brasileiro com mais de 2 milhões de cópias vendidas de apenas um disco. Em 1985 o RPM lançou seu primeiro disco, mas chamava mais atenção por suas apresentações ao vivo.

Foi em 1986 com produção artística do ex- Seco e Molhado Ney Matogrosso que montaram o show Rádio Pirata que foi gravado e lançado. Com exceção das inéditas “Alvorada Voraz” e “Naja” (instrumental) e da regravação “Flores Astrais” dos Secos e Molhados e “London, London” de Caetano Veloso, o resto do disco é basicamente composto com músicas de 1985 como “Rádio Pirata”, “Olhar 43” e outras. O sucesso desse disco explodiu a RPMmania e a banda terminou pouco tempo após o lançamento do disco seguinte “Quatro Coiotes” em 1988. O público não parecia aberto a novidades e o RPM se viu encurralado durante anos tendo de tocar apenas o repertório desse disco ao vivo.

TITÃS

39 - CABEÇA DINOSSAURO – 1986


A formação inicial dos Titãs era constituída por 9 integrantes, essa “multidão” foi reduzida para 8 no segundo disco “Televisão” de 1985, mesmo assim eram muitas pessoas para uma banda de rock que convencionalmente não passava de 5 integrantes. O maior desafio do grupo deve ter sido organizar as idéias e dar espaço para que todos pudessem contribuir no grupo. O conceito de “Brain Storm” deve ter sido de muita serventia para a comunicação nesse grupo, que tinha na formação 7 compositores e 5 vocalistas.

O álbum Cabeça Dinossauro é um marco na carreira da banda por ter sido o disco que definiu o som do grupo. Até então eles eram apenas mais uma daquelas bandas engraçadinhas que sobreviviam com apresentações fanfarronas em programas de auditório como Chacrinha e Bolinha.

O Cabeça Dinossauro foi o primeiro disco agressivo do rock nacional, com músicas como “Polícia”, do titã Tony Bellotto que teve como inspiração a prisão do companheiro de banda Arnaldo Antunes por posse de drogas poucos meses antes da produção do disco, “Bichos Escrotos”, “Porrada”, “Estado Violência”, “Igreja”, mas também havia espaço pra músicas bem humoradas como “Homem Primata”, “AA UU” e “Família”.

40 - JESUS NÃO TEM DENTES NO PAÍS DOS BANGUELAS – 1987


O álbum que sucede “O Cabeça Dinossauro” segue a mesma fórmula nas composições, mas não desagradou aos fãs com músicas como “Comida”, “Diversão”, “Lugar Nenhum”, “Desordem” e “Corações e Mentes” o grupo se consolidou como um dos mais criativos da época.

41 - Õ BLÉSQ BLOM – 1989


O álbum de 1989 fecha a trilogia iniciada em 1986, o “jeitão” titãs de compor está aqui, mas apresenta um diferencial, assim como o disco “Selvagem” dos Paralamas do Sucesso, esse apresenta uma mistura com fraseados entoados pelos pernambucanos Mauro e Quitéria na introdução e vinheta final do disco e alguns elementos eletrônicos. Os maiores destaques são as músicas “Miséria”, “Flores”, “Deus e o Diabo”, “O pulso” e “32 Dentes”.

ULTRAJE A RIGOR

42 - NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA – 1985


A banda mais engraçada e inteligente dos anos 80 foi o Ultraje a Rigor, houve dezenas de bandas nessa pegada engraçadinha, Dr. Silvana & Cia (“Serão Extra”, Absyntho (“Ursinho Blau Blau”), Inimigos do Rei (“Adelaide”), mas a que tinha as melhores sacadas era mesmo o Ultraje.

A primeira vez que eu peguei nas mãos esse primeiro disco eu achei que fosse uma coletânea, pois, todas as músicas são famosas e legais fora é lógica a “Independente Futebol Clube”, pois eu sou corintiano. “Inútil” a crítica que nenhuma banda séria conseguiu fazer até hoje, temas como masturbação (“Eu me amo”) era cantado sem que as pessoas percebessem, eu mesmo durante muito tempo achei que fosse sobre narcisismo, como eu era ingênuo. “Rebelde sem causa”, “Ciúme”, “Nós vamos invadir sua praia”, “Mim quer tocar” e sem se esquecer da galinha que botava ovo pelo *%, “Marylou”.

43 - SEXO – 1987


O segundo disco do Ultraje saiu dois anos após o “Nós vamos invadir sua praia”, de tão grande que foi o sucesso desse disco. A piada ainda era engraçada e “Eu gosto de mulher”, “A Festa”, “Sexo” e “Pelado” também divertiram muita gente.

UNS E OUTROS

44 - UNS E OUTROS – 1989


O Uns e Outros estourou nas rádios em 1989 com o disco homônimo, que trazia a música “Carta aos Missionários”, essa música tinha um rife de guitarra marcante, uma outra música que chegou a tocar também foi “Dias Vermelhos”.

ZERO

45 - PASSOS NO ESCURO – 1985

O Zero foi uma banda que tinha uma proposta de música romântica, liderada pelo vocalista Guilherme Isnard a banda também começou lançando um Mini-LP em 1985 e estourou nas rádios a música “Agora eu sei” um dueto com o vocalista do RPM Paulo Ricardo, era um dueto preguiçoso com o cantor Paulo Ricardo repetindo no fundo o que Guilherme cantava. Mas esse Mini-LP com 6 músicas tinhas outras faixas legais como “Cada fio um sonho”, “Quero te contar” e “Formosa”. No ano seguinte o Zero lançou um disco inteiro com músicas inéditas, mas assim como a Plebe Rude não alcançou o mesmo sucesso do lançamento em Mini-LP, vai entender.

OS DISCOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO ROCK LANÇADOS NO BRASIL NOS ANOS 80 - PARTE 2

ENGENHEIROS DO HAWAII

15 - A REVOLTA DOS DÂNDIS – 1987
Após iniciar a carreira em 1985 com o disco “Longe Demais das Capitais” e sofrer uma alteração na banda com a saída do baixista Marcelo Pitz. O engenheiros do Hawaii se solidificou no cenário do rock nacional com a formação Humberto Gessinger (voz e baixo), Augusto Licks (guitarra) e Carlos Maltz (bateria) após o lançamento do terceiro disco A Revolta dos Dândis, que trouxe sucessos como “A Revolta dos Dandis I e II”, “Refrão de bolero”, “Terra de gigantes” e “Infinita Highway”, a mais tocada das músicas dos engenheiros.


16 - O PAPA É POP – 1990

Este é o quinto disco dos Engenheiros do Hawaii e quarto de estúdio, foi o de maior êxito comercial na carreira da banda e teve sucessos estrondosos como a regravação de “Era um garoto e como eu amava os Beatles e os Rolling Stones” e as inéditas “ O Papa é pop”, “Exército de um homem só” e “Pra ser sincero”.





17 - FILMES DE GUERRA, CANÇÕES DE AMOR – 1993 O oitavo disco dos Engenheiros é também o segundo ao vivo. A tática da banda era ou continua sendo a cada 3 discos de estúdio lançar um disco ao vivo, isso foi feito pela primeira vez após “A Revolta dos Dândis” com o disco “Alívio Imediato Ao vivo” de 1989 que trazia a inédita faixa título. Neste segundo ao vivo há a novidade de ser num formato completamente novo, o formato acústico. Gravado entre os dia 05-07 de Julho de 1993 nos estúdios da gravadora BMG-Rio. Este disco acústico é bem melhor do que o lançado nos anos 2000 em associação com a rede de televisão MTV.

FINIS AFRICAE

18 - FINIS AFRICAE - 1987
Finalmente cheguei a um dos discos que me levaram a escrever esta lista, o Finis Africae. Esta banda é bem diferente do Capital Inicial que como eu já comentei, o Finis Africae é lógico que se aproveitou um pouco da atenção dada as bandas de Brasília, mas diferente da banda liderada por Dinho Ouro-Preto está tinha uma veia poética muito mais refinada. A música deles mais lembrada é “Armadilha” e a faixa mais desconexa do disco, talvez por isso a estranheza do público ao ouvir o restante do álbum. Mas se você for ouvir esse disco procure ignorar por algum tempo esta música e ouça as demais que possuem um nexo entre si, “Deus ateu”, “Vícios”, “Máquinas” e etc. Infelizmente o Finis Africae morreu na praia com seu primeiro disco, pois a gravadora não se interessou em continuar com eles após as baixas vendas desse único trabalho, mas pra quem se interessar a banda existe até hoje e é possível vê-la em atividade em bares de São Paulo.

GOLPE DE ESTADO

19 - NEM POLÍCIA, NEM BANDIDO – 1989
O Golpe de Estado foi a banda mais metaleira surgida no final dos anos 80, e o melhor de tudo sabiam compor em português diferente daquelas bandas que surgiram depois tocando metal com letras compostas com um dicionário de inglês/português. Esse disco tem duas músicas muito conhecidas e que tocam até hoje em rádios especializadas no bom e velho rock nacional que são a faixa título e “Paixão”.

KID ABELHA E OS ABÓBORAS SELVAGENS

20 - SEU ESPIÃO – 1984
Não sei se a banda foi batizada pelo Herbert Vianna, mas pela estranheza do nome parece, o Kid Abelha teve uma grande exposição nessa fase inicial da banda devido a beleza da vocalista Paula Toller, que continua muito boa, e as músicas bobinhas que falavam sobre desilusões amorosas. Esse primeiro trabalho tem algumas das músicas mais tocadas daquele ano, “Fixação” que fixou literalmente nas paradas, “Como eu quero” e “Pintura Íntima”.


21 - EDUCAÇÃO SENTIMENTAL – 1985
Esse segundo disco marca o fim da fase “Kid Abelha e os Abóboras Selvagens”, pois, do terceiro disco em diante o nome da banda ficou sendo apenas Kid Abelha, e também marca o fim da parceria Leoni/Paula Toller. Leoni, baixista e principal compositor, saiu da banda após uma briga que envolvia sua ex-namorada Paula Toller com o vocalista do Paralamas Herbert Vianna. As músicas famosas deste disco foram, “Educação Sentimental II”, “Fórmula do Amor”, “Lágrimas e Chuva”,“Garotos” e “Os Outros”.
Depois desses dois primeiros discos o Kid Abelha continuou aparecendo com uma certa freqüência nas paradas, mas sem o apelo e a constância desses primeiros anos de formação.


HERÓIS DA RESISTÊNCIA

22 - HERÓIS DA RESISTÊNCIA - 1986
O Heróis da Resistência foi formato pelo ex-Kid Abelha Leoni (voz e baixo), Jorge Shy (guitarra), Lulu Martin (teclados) e Alfredo Dias Gomes (bateria). Nesse primeiro trabalho pós-Kid Abelha Leoni mostrou que sem ele seu antigo grupo tinha muito á perder, cheio de novas composições e um som com uma pegada mais groove teve sucessos como “Nosferatu”, “Double de Corpo” e “Só pro meu prazer”, está última ganhou diversas regravações, mas nenhuma á altura da versão original.
O Heróis da Resistência teve outros sucessos nos dois discos seguintes antes de dar por encerrada suas atividades, mas sucessos não tão relevantes quanto os que teve nesse primeiro.

IRA!

23 - MUDANÇA DE COMPORTAMENTO – 1985
Em 1985 o Ira! gravou seu primeiro disco, com nítidas influências da cultura Mod surgida nos anos 60 na Inglaterra, a música “Ninguém entende um Mod” mostra isso. O Ira! tinha na sua formação o experiente guitarrista Edgar Scandurra, o melhor músico da geração 80, Nasi (vocal), André Jung (bateria) e Ricardo Gaspa (baixo). Com as composições de Scandurra como “Longe de tudo”, “Tolices” e “Núcleo Base” a banda se firmava como uma das melhores surgidas na época. Só faltava esperar o segundo disco pra confirmar isso.

24 - VIVENDO E NÃO APRENDENDO – 1986
O ano de 1986 chegou e o segundo disco do Ira! saiu tão bom como o primeiro e com músicas muito bem produzidas como “Flores em você” que parecia mais ter sido produzida nos estúdios da Apple dos anos 60, a banda se mostrou sem sombra de dúvida ser uma das mais competentes no rock nacional, “Envelheço na cidade”, “Dias de luta” são clássicos desse disco. Mas há polêmicas também como a música “Pobre Paulista” gravada ao vivo, está música até hoje é vista por muitos como uma música fascista, que retrata a condição dos nordestinos e nortistas como responsáveis pelo empobrecimento cultural e financeiro da cidade de São Paulo, mas atenção essa interpretação não bate com a versão do compositor Edgar Scandurra que já deu entrevistas dizendo que não era nada disso que ele quis dizer na época que criou a música.

LEGIÃO URBANA

25 - LEGIÃO URBANA – 1985
Falar de Legião Urbana gera um pouco de constrangimento, pois parece que tudo que havia pra ser dito, já foi dito sobre ela. A Legião é uma das poucas bandas nacionais que chegam bem próximo de uma unanimidade de preferência, goste ou não de rock sempre há ao menos uma música que alguém curte.
A Legião Urbana não era a melhor banda dos anos 80, pelo menos não tecnicamente falando, mas ela tinha um grande diferencial em relações às demais, Renato Russo. Só isso já bastava!
Depois de um empurrãozinho dos Paralamas do Sucesso Renato Russo e a Legião assinaram com a gravadora EMI-Odeon e por pouco não perderam o contrato devido aos gênios incompatíveis do líder Renato com os produtores que atrasou a gravação do disco. Contornada essa confusão saiu em 1985 o primeiro disco da Legião Urbana que vinha recheado de grandes composições como “Será”, “Ainda é Cedo”, “Por Enquanto”, “A Dança”, “O Reggae” e quase o disco inteiro.

26 - DOIS – 1986
“Você se prepara a vida inteira pro primeiro disco, o difícil é o segundo” (Renato Russo, 1993).
A Legião vivia com esse dilema quando entrou em estúdio para gravar o novo disco em 1986, poucas letras haviam sido escritas e pouco havia sido tocado para um material inédito. Mas a genialidade de Renato Russo era o que movia a banda e em pouco tempo foi composto o material para o segundo disco, que trazia uma faixa da época em que Russo tocava sozinho com o pseudônimo de “O Trovador Solitário” chamada “Eduardo e Mônica” grande sucesso do disco junto com outras músicas poética “Índios”, “Tempo Perdido” e “Quase sem querer”. A Legião conseguiu com esse disco vender na época quase 1 milhão de cópias e tornar-se uma das mais bem sucedidas da sua geração.

27 - QUE PAÍS É ESSE (1978-1987) -1987
Na época de gravação do disco “Dois” a Legião havia escolhido esse nome não somente pelo fato de ser o segundo disco, mas porque queriam lançar um disco duplo. O disco duplo seria divido em um disco de inédita e outro com músicas conhecidas nos shows por grande parte do público, mas que não haviam sido gravadas até então.
As músicas desse disco datam do período de 1978-1987, como indica o subtítulo, desde a época do grupo Aborto Elétrico (“Que país é esse”, “Conexão Amazônica”, “Tédio - Com um T..” e “Química”) passando pela fase Trovador Solitário (“Eu sei” e ”Faroeste Caboclo”) e chegando a atual fase Legião Urbana (que trazia as inéditas “Angra dos Reis”, “Depois do começo” e “Mais do mesmo”).

28 - AS QUATRO ESTAÇÕES – 1989
Se a legião já era respeitada com os três discos anteriores, após As quatro estações virou objeto de culto e o Renato Russo uma espécie de Guru. Acho esse o disco mais eclético lançado por uma banda de rock, ele agrada à “gregos e troianos”, e você não precisa necessariamente gostar de rock pra ouvi-lo ou tentar adivinhar o estilo musical de uma pessoa que queira presentear com esse disco para saber se ela vai gostar ou não, precisa apenas conferir se ela já não tem.
Todas as músicas aqui tocaram bastante, mas posso destacar “Há tempos”, “Eu era um lobisomen juvenil” e “Pais e filhos” que provavelmente deve ser tão tocada no violão quanto “Staiway to Heaven” do Led Zepellin.
Eu poderia citar nessa lista todos os discos da Legião fácil, fácil. Mas a graça nessa lista é tentar filtrar o essencial das bandas surgidas nos anos 80, e acredito que para muitos amantes da música brasileira a Legião Urbana deve constar como discografia básica.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

OS DISCOS MAIS SIGNIFICATIVOS DO ROCK LANÇADOS NO BRASIL NOS ANOS 80 - PARTE 1

BARÃO VERMELHO

O Barão Vermelho iniciou suas atividades no início da década de 80 com Dé (baixo), Maurício (teclados), Guto Gafe (bateria) e Roberto Frejat (guitarra) e por indicação do cantor Léo Jaime incorporaram na formação o vocalista Cazuza, filho do figurão da indústria fonográfica João Araújo. Com uma mãozinha do produtor Ezequiel Neves e o consentimento de Araújo o grupo gravou em 1982 o primeiro álbum da banda de título homônimo, este primeiro trabalho quase passou despercebido não fosse a regravação da música “Todo amor que houver nessa vida” por Caetano Veloso.
No ano seguinte foi lançado o segundo disco, Barão Vermelho 2, e teve como destaque a música “Pro dia nascer feliz”, não sem antes receber uma versão do antigo “affair” do vocalista Cazuza, Ney Matogrosso. O Barão se firmou como grande banda a partir do ano de 1984 com o lançamento do álbum Maior Abandonado, que dessa vez não dependeu de uma forcinha de nenhum cantor consagrado regravando alguma música para que o conjunto pudesse se promover. Com sucessos como a faixa título, “Por que a gente é assim” e “Bete Balanço” essa época marca a saída de Cazuza e a entrada do guitarrista Frejat nos vocais. É justamente com essa formação que indico os melhores álbuns do Barão Vermelho já lançados. Na minha humilde opinião os 3 primeiros álbuns do Barão se (con)fundem um pouco com a carreira solo iniciada por Cazuza em 1985, talvez pelo fato deste ter sido o principal compositor nessa primeira fase do grupo.
1 - CARNAVAL – 1988
O debute de Frejat nos vocais do Barão vermelho aconteceu em 1985 no disco Declare Guerra, que trazia a faixa título como destaque junto com outra faixa “Torre de Babel”. Em 1986 foi a vez do disco Rock´n Geral, último com o tecladista Maurício, que trazia a balada “Me acalmo, me desespero”.
Mas foi mesmo com o lançamento do disco Carnaval em 1988 que o Barão se desvinculou da imagem deixada por Cazuza, o disco foi uma grande “folia” com as músicas “Lente” parceria entre o titã Arnaldo Antunes e o barão Frejat, “Não me acabo” composição dos titãs P.Miklos e A. Antunes, “O que você faz à noite” de Dé e Humberto Gessinger e “Pense e Dance” o maior sucesso do disco. Esse disco também marca a entrada na banda do guitarrista Fernando Magalhães e do percussionista Peninha.

2 - NA CALADA DA NOITE – 1990
O início da década de 90 em termos musicais foi marcado pela diminuição do interesse do grande público pelo rock brasileiro iniciado na década anterior e a definição de quais seriam os artistas que sobreviveriam após aquele “bum”. Agora outros estilos predominavam nas paradas como a Lambada e o Sertanejo. E estava na cara que só restariam dos anos 80 aqueles artistas que haviam produzido algo de qualidade e que tinham o talento de se renovar sem perder a criatividade. Entre as dezenas de artistas que fizeram sucesso na onde do rock brasileiro o Barão foi um dos poucos à demonstrar fôlego para os anos que viriam.
Exatamente em 1990 foi lançado o disco Na Calada da Noite, que trazia várias músicas de sucesso como “Política Voz”, “Tua Canção”, “A voz da Chuva”, “Invejo os Bichos”, “Tão longe de tudo” composição do baterista Guto Goffi e da homenagem “O poeta está vivo”, música dedicada ao ex-vocalista Cazuza que passava por complicações de saúde devido à AIDS, e que viria a falecer nesse mesmo ano.
3 - SUPERMERCADOS DA VIDA – 1992
Em 1992 foi lançado o disco Supermercados da Vida, e esse período marca a volta do rock nas paradas de sucesso de todo o mundo incluindo grandes festivais no Brasil como o Hollywood Rock e aquele rock ingênuo da década de 80 estava definitivamente enterrado. Muitas das bandas que sobreviveram aos coloridos anos 80 agora estavam mais agressivas e/ou introspectivas. Esse disco traz como destaque as músicas “Fúria e Folia”, “Pedra, Flor e Espinho” e ”Flores do Mal”.

BIQUINI CAVADÃO
4 - CIDADES EM TORRENTE – 1986
O grupo foi batizado com o nome “Biquini Cavadão” em meados dos anos 80 por sugestão do cantor da banda Paralamas do Sucesso Herbert Vianna que havia sugerido dois nomes para o conjunto, o outro era “Mamutes de Kart”. Fora a excentricidade de Herbert Vianna para dar nome á bandas, o Biquini Cavadão foi uma das muitas bandas que se beneficiaram com a abertura nas rádios ao rock de cunho muitas vezes engraçado e/ou ingênuo iniciado com a Blitz e os Paralamas do Sucesso entre os anos de 1982-1983.
Em 1986 foi lançado o disco de estréia batizado como Cidade em Torrente, após ter saído no ano anterior o compacto com a música “Tédio”, o disco teve uma boa repercussão com outras músicas como “Timidez” e “No mundo da Lua”. Nesse disco ainda há duas faixas que pouco sucesso fizeram na época, mas eram muitos boas, “Domingo” e “Múmias” essa última um dueto entre o vocalista Bruno Gouveia e o cantor da Legião Urbana Renato Russo.
5 - A ERA DA INCERTEZA – 1987
O segundo disco do Biquini Cavadão não teve uma grande repercussão radiofônica como o anterior, mas foi um dos grandes tesouros perdidos no cenário dos anos 80, foi um dos discos mais bem produzidos com excelentes arranjos e composições, mas que teve como pecado a ausência de uma pegada pop, que era o que imperava nas rádios. Ouçam as faixas “1/4”, “Ida e Volta” e “Tormenta” e veja o que foi perdido e agora você tem o privilégio de “descobrir” aqui no viela10.
6 - DESCIVILIZAÇÃO – 1991
O disco de 1991 precede o álbum Zé de 1989, que não tinha a música “Zé Ninguém” como a maioria pensa e foi um tremendo fiasco em muitos sentidos, mas o ano de 1991 marca a carreira do Biquini Cavadão com o lançamento de Descivilização que foi o auge da banda em todo o território nacional, era impossível não ligar o rádio e ouvir “Impossível”, trocadilho tosco rsrsrs, “Zé Ninguém”, “Cai água, cai barraco” e o megahit “Vento Ventania”.

CAMISA DE VÊNUS
7 - CAMISA DE VÊNUS - 1985
“Ô meu rei, a Bahia não tem só conjunto de axé não!”, em 1985 foi lançado o primeiro disco da banda Camisa de Vênus, a banda que se orgulhava por ser a mais boca suja de sua geração, liderada pelo vocalista Marcelo Nova, o Camisa rompia com o eixo São Paulo/Rio que era de onde provinha a maioria das bandas brasileiras. A mais significativa banda vinda da região nordeste do país era a mais punk de todas, começando pelo nome provocativo que assim como os Sex Pistols nos anos 70 já causava polêmica só pelo fato de ser pronunciada, o Camisa teve muitos problemas por causa do nome e deve ter sido a menos convidada para programas de auditórios, que era o circuito que fazia a diferença na hora de promover um artista.
O primeiro sucesso do Camisa de Vênus foi a música “Bete Morreu” que narrava o estupro seguido de morte da protagonista, “a mais bonita e gostosa, a atenção da escola” berrava que nem um cabrito o vocalista. As rádios tentaram ignorar, mas a molecada ao contrário enchia os shows e comprava o disco. Outra música famosa nesse primeiro trabalho foi “Meu primo Zé”.
8 - BATALHÕES DE ESTRANHOS – 1985
No mesmo ano de estréia o Camisa de Vênus lançou seu segundo disco Batalhões de Estranhos, que foi um tremendo sucesso e teve várias músicas tocadas nas rádios como “Eu não matei Joana D´Arc”, “Lena”, “Ladrão de banco”, “Gotham City”, “Noite e Dia” e “Hoje”.
9 - VIVA - 1986
Em 1986 o grupo estava coçando pra deixar a gravadora RGE e como ainda faltava um disco pra ser gravado encerraram o contrato da forma mais fácil que imaginaram, gravando um disco ao vivo. O disco tinha tudo pra ser um fiasco devido a falta de interesse dos integrantes em fazer algo bem produzido, e esforços pra isso não faltaram, eles marcaram o show que daria origem ao álbum ao vivo na casa de shows Caiçara Music Hall na cidade de Santos em São Paulo e com a montagem do equipamento de gravação em um minúsculo espaço no local eles tocaram uma única vez na noite 08 de Março de 1986 sem direito a repetição para o novo disco. E lançaram no mesmo ao de 86 sem ao menos remixar o disco.
Apesar de tudo, o disco foi um grande sucesso assim como o seu antecessor, a inédita música “Silvia” fez muito sucesso e para terror das meninas que tinham esse nome a repercussão foi similar a que as “Genis” tiveram por causa do Chico Buarque nos anos 70. O grande momento da apresentação foi na música “O Adventista” onde o público cantava em coro com Marcelo Nova o refrão “Não vai haver amor nesse mundo nunca mais”, como se profetizassem o fim do mundo.

CAPITAL INICIAL
10 - CAPITAL INICIAL - 1986
Como a maioria deve saber o Capital Inicial nasceu após o fim do grupo punk brasiliense Aborto Elétrico, que tinha em sua formação Renato Russo (futuro Legião Urbana), Fê e Flávio Lemos. Após o fim do grupo os irmão Lemos se uniram ao guitarrista Lôro Jones e o vocalista Dinho Ouro-Preto e formaram o Capital Inicial.
O Capital Inicial deve muito as bandas conterrâneas Legião Urbana e Paralamas do Sucesso, pois foi aproveitando-se do bom momento que elas passavam que conseguiram com certa rapidez assinar contrato com uma grande gravadora.
Na minha opinião esse foi o melhor e único momento da banda que apesar da inexperiência técnica, que atrasou a produção do disco, conseguiu lançar um primeiro álbum bastante energético, em boa parte graças ao repertório da época do Aborto Elétrico, que foi dividido entre os integrantes ao fim da banda, músicas como “Música Urbana”, “Leve Desespero” e “Fátima” já valem o disco, sem contar que as faixas restantes também são boas. Esse disco é fácil de se ouvir do início ao fim, na minha opinião é o que faz de um disco bom, coisa que a gente não encontra no restante da discografia do Capital Inicial, que geralmente tem uma ou duas músicas que prestam, as vezes nem isso.

CAZUZA
11 - Exagerado - 1985
Cazuza era a cara do Barão Vermelho quando abandonou o grupo em 1985 para iniciar sua carreira solo. Por razões egoístas como ele mesmo disse “de não querer dividir o sucesso com outros”, iniciou essa nova fase da sua vida lançando o disco Exagerado no mesmo ano de 1985. Com músicas como “Exagerado”, que poderia muito bem estar inclusa no disco Maior Abandonado do Barão Vermelho, e “Codinome Beija-Flor” ele deu continuidade sozinho a boa fase que atravessava quando deixou o Barão.
12 - SÓ SE FOR A DOIS – 1987
O segundo álbum solo marca o início do drama com relação á doença da AIDS, que o cantor viria a descobrir ser portador nesse ano. Porém a preocupação só viria a ser constante em músicas do disco seguinte, “Ideologia”. O disco “Só se for a dois” marca pela diversidade nas parcerias, que eram na sua maioria assinadas junto com o ex-parceiro de Barão Vermelho Roberto Frejat. Músicas deste disco que marcaram na carreira do artista, “Só se for a dois”, “Vai á luta”, “Solidão que nada”, “O nosso amor a gente inventa”.
13 - IDEOLOGIA – 1988
A partir desse disco a preocupação com a doença começaram a se refletir em composições como “Boas Novas” que dizia “...eu vi a cara da morte, e ela estava viva” e “Um trem para as estrelas” parceria com Gilberto Gil, também há grandes momentos como “Brasil”, “Faz parte do meu show” e a faixa título “Ideologia”.
14 - O TEMPO NÃO PÁRA – 1989
A morte devido ao vírus da AÍDS só viria a ocorrer em 1990, mas a vontade de viver e produzir levaram Cazuza a registrar tudo o que podia e uma forma de se despedir do público veio através do disco “O Tempo não pára”, gravado ao vivo. As apresentações que envolveram a divulgação desse novo trabalho levou o cantor a presenciar muitas demonstrações de carinho e muitas vezes de pena, pois muitos iam aos shows para “agorar”, como se fosse o último show dele. Esse disco foi marcado pelas dificuldades em relação à saúde debilitada do cantor, mas tornou-se um grande registro ao vivo de um dos artistas que sempre será referência de sua geração. Cazuza nesse disco conseguiu “apossar-se” devidamente de uma música de outro amigo, a música “Vida louca vida” do cantor Lobão, que depois de sua interpretação deixou a música com outra cara, a sua.